21 - PIXIRICA Leandra erostrata (De.) Cogn. (MELOSTOMATACEAE)
21- Pixirica – Leandra erostrata (De.) Cogn. (MELOSTOMATACEAE)
Subarbusto ou arbusto de até 0,6 m de altura. Folhas com pecíolo curto, cobertas de penugem, com textura farinhosa na porção inferior, com 3 a 7 nervuras, de 3 a 8 cm x 1,7 a 4,7 cm, base arredondada e extremidade pontiaguda. Flores nas pontas dos ramos, com cinco pétalas, alvo-rosadas. Formação de fruto tipo baga, arroxeado quando maduro, coberto com pilosidade, com muitas sementes minúsculas.
Esse nome popular e engraçado é também residual de algum momento em que essa planta ainda estava presente no cotidiano. Talvez eu faça parte da primeira geração a não fazer ideia do que é uma pixirica. O termo é usado para muitas espécies diferentes e recorri ao biólogo Edegar Bernardes para me ajudar a descobrir o nome científico. Encontrei a espécie fartamente em um terreno bem preservado, com uma diversidade de espécies bem característica dos Campos de Piratininga.
Distribuição: Em todo o Brasil, especialmente em campo limpo, campo sujo e ambientes com vegetação aberta.
Situação em São Paulo: Forma pequenas touceiras e às vezes em grande número. Aparece em alguns parques e terrenos baldios.
Como plantar: Sempre retirar com muito cuidado para preservar o torrão, e regar bem até que haja rebrotamento. É uma planta um pouco sensível à seca, mas que rebrota com as primeiras chuvas da primavera. As sementes também são fáceis de germinar, bastando espalhá-las sobre a terra. Notei que os pássaros se alimentam das frutas, assim como os morcegos. Vamos aguardar o resultado desses dispersores.
Usos: Além de muito ornamental, pela textura peculiar e coloração das folhas e brotos, possui frutos comestíveis, de sabor doce e agradável. Pode ser usada como substituto de blueberry em diversas receitas. O Gui Ranieri, especialista em PANCs, sugere fazer um bolo branco simples acrescentando os frutos à massa, que viram pontos de geleia azulada dando textura marmorizada ao bolo. Uma delícia!
MARTINS, A.B. (COORD.) MELASTOMATACEAE IN: MARTINS, S.E. ET AL (EDS.) FLORA FANEROGÂMICA DO ESTADO DE SÃO PAULO. INSTITUTO DE BOTÂNICA, SÃO PAULO, VOL. 6, PP: 1-168, 2009.
Capins-rabo-de-burro, no Cerrado Infinito da Nascente.
Coletando sementes de capim Rabo de Burro, não tem segredo, terrinha, sol, e uma boa irrigação, e BUM! Você terá centenas de mudas!
Este era um terreno baldio bem característico e resiliente perto da marginal Tietê, sobrevivente dos tempos dos Campos de Piratininga, infelizmente destruído em meados de 2017. Era abundante em pixiricas!
Esta é uma das minhas espécies favoritas entre todas que conheci no projeto. Adoro como as nervuras dão volume a folha. Elas capturam o sereno das noites frias de inverno, ajudando a planta no período seco.
Os frutos são comestíveis, poderia falar que lembram um mirtilo meio sem gosto. Se fosse uma planta domesticada certamente, com uma seleção o fruto poderia ficar mais carnudo e saboroso. Mas não é ruim.